18 de junho de 2008

Alegria, Alegria






CAMINHANDO CONTRA O VENTO
SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO
NO SOL DE QUASE DEZEMBRO
EU VOU
O SOL SE REPARTE EM CRIMES,
ESPAÇONAVES, GUERRILHAS
EM CARDINALES BONITAS
EU VOU
EM CARAS DE PRESIDENTES
EM GRANDES BEIJOS DE AMOR
EM DENTES, PERNAS, BANDEIRAS
BOMBA E BRIGITTE BARDOT
O SOL NAS BANCAS DE REVISTA
ME ENCHE DE ALEGRIA E PREGUIÇA
QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA
EU VOU
POR ENTRE FOTOS E NOMES
OS OLHOS CHEIOS DE CORES
O PEITO CHEIO DE AMORES VÃOS
EU VOU
POR QUE NÃO, POR QUE NÃO
ELA PENSA EM CASAMENTO
E EU NUNCA MAIS FUI À ESCOLA
SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO,
EU VOU
EU TOMO UMA COCA-COLA
ELA PENSA EM CASAMENTO
E UMA CANÇÃO ME CONSOLA
EU VOU
POR ENTRE FOTOS E NOMES
SEM LIVROS E SEM FUZIL
SEM FOME SEM TELEFONE
NO CORAÇÃO DO BRASIL
ELA NEM SABE ATÉ PENSEI
EM CANTAR NA TELEVISÃO
O SOL É TÃO BONITO
EU VOU
SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO
NADA NO BOLSO OU NAS MÃOS
EU QUERO SEGUIR VIVENDO, AMOR
EU VOU
POR QUE NÃO, POR QUE NÃO...

16 de junho de 2008

Rock


Origens do rock


Este gênero musical de grande sucesso surgiu nos Estados Unidos nos anos 50 (década de 1950).. Inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música, o rock unia um ritmo rápido com pitadas de música negra do sul dos EUA e o country. Uma das características mais importantes do rock era o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo. Com letras simples e um ritmo dançante, caiu rapidamente no gosto popular. Apareceu pela primeira vez num programa de rádio no estado de Ohio (EUA), no ano de 1951.


O rock na década de 1950 : primeiros passos

É a fase inicial deste estilo, ganhando a simpatia dos jovens que se identificavam com o estilo rebelde dos cantores e bandas. Surge nos EUA e espalha-se pelo mundo em pouco tempo. No ano de 1954, Bill Haley lança o grande sucesso Shake, Rattle and Roll. No ano seguinte, surge no cenário musical o rei do rock Elvis Presley. Unindo diversos ritmos como a country music e o rhythm & blues. O roqueiro de maior sucesso até então, Elvis Presley lançaria o disco, em 1956, Heartbreaker Hotel, atingindo vendas extraordinárias. Nesta década, outros roqueiros fizeram sucesso como, por exemplo, Chuck Berry e Little Richard.

O rock nos anos 60: rebeldia e transgressão

Esta fase marca a entrada no mundo do rock da banda de maior sucesso de todos os tempo : The Beatles. Os quatro jovens de Liverpool estouram nas paradas da Europa e Estados Unidos, em 1962, com a música Love me do. Os Beatles ganham o mundo e o sucesso aumentava a cada ano desta década.A década de 1960 ficou conhecida como Anos Rebeldes, graças aos grandes movimentos pacifistas e manifestações contra a Guerra do Vietnã. O rock ganha um caráter político de contestação nas letras de Bob Dylan. Outro grupo inglês começa a fazer grande sucesso : The Rolling Stones.No final da década, em 1969, o Festival de Woodstock torna-se o símbolo deste período. Sob o lema "paz e amor", meio milhão de jovens comparecem no concerto que contou com a presença de Jimi Hendrix e Janis Joplin.Bandas de rock que fizeram sucesso nesta época : The Mamas & The Papas, Animals, The Who, Jefferson Airplane, Pink Floyd, The Beatles, Rolling Stones, The Doors.
O Rock no Brasil
O primeiro sucesso no cenário do rock brasileiro apareceu na voz de uma cantora. Celly Campello estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e Estúpido Cupido, no começo da década de 1960. Em meados desta década, surge a Jovem Guarda com cantores como, por exemplo, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. Com letras românticas e ritmo acelerado, começa fazer sucesso entre os jovens.Na década de 1970, surge Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados. Na década seguinte, com temas mais urbanos e falando da vida cotidiana, surgem bandas como: Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do Sucesso.Na década de 1990, fazem sucesso no cenário do rock nacional : Raimundos, Charlie Brown Jr., Jota Quest, Pato Fu, Skank entre outros.

Arrasta Pé

Forró
"Se um dia alguém mandou / Ser o que sou e o que gostar / Não sei quem sou e vou mudar / Ser aquilo que eu sempre quis / E se acaso você diz / Que sonha um dia em ser feliz / Vê se fala sério / Pra que chorar sua magoa? / Se afogando em agonia / Contra tempestade em copo d'água / Dance o xote da alegria--a----ra--re--re / Um dê run dê run dê"

(Xote da Alegria / Grupo Falamansa)

O nome forró deriva de forrobodó, "divertimento pagodeiro", segundo o folclorista Câmara Cascudo. Tanto o pagode (que hoje designa samba) como o forró são festas que foram transformadas em gêneros musicais. O forrobodó, "baile ordinário, sem etiqueta", também conhecido por arrasta-pé, bate-chinela ou fobó, sempre foi movido por vários tipos de música nordestina (baião, coco, rojão, quadrilha, xaxado, xote) e animado pela pé de bode e a popular sanfona de oito baixos. Com a imigração de grandes camadas da população nordestina para a região sudeste, inúmeras casas de forró foram abertas geralmente nas periferias antes de tornar-se modismo entre parte da juventude e estabelecer seus domínios nas regiões mais abastadas. No Rio, um dos mestres da matéria, o compositor maranhense João do Vale, pontificava no Forró forrado no bairro central do Catete, no final dos 70. No nordeste, as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) disputam hoje a cada festa junina o título de capitais do forró com festejos de longa duração capitalizados como eventos turísticos que arrebanham multidões de visitantes.

Axé... "Axés"



Esta é uma homenagem às "axés" da M1 (sala da turma de comunicação da facul Estácio de Sá - BH/ Prado). Uma turminha pra lá de animada e bacana. O que seria a M1 sem vocês?

Axés, me desculpe por ter pegado emprestado sua foto, mas é que não poderia falar de vocês sem apresentá-las ao público. Beijos mil...



Vocês sabiam que...

Axé é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva. Depois que Daniela Mercury chegou ao Sudeste com o show que a estouraria nacionalmente, O Canto da Cidade, tudo o mais que veio de Salvador começou a ser chamado de axé music.

Dica para quem gosta deste ritmo alegre, contagiante, dançante...

http://www.carnasite.com.br/v4/

E não se esqueçam de participar da festa mais famosa do axé no Brasil. É claro que é o AXÉ BRASIL, que ocorre todos os anos no Estádio do Mineirão em nossa cidade maravilhosa - Belo Horizonte.

Eita Música Boa!

A música sertaneja é um dos estilos musicais mais praticados no Brasil. O cancioneiro sertanejo é abrangente envolvendo desde a música de raiz, tocada nas rodas de viola, por boiadeiros e lavradores, até os sucessos das famosas duplas sertanejas como Chitãozinho e Xororó, Zezé de Camargo e Luciano, César Minoti e Fabiano, Edson e Hudson e tantos outros.


Segura Peão!!!

Falando em música sertaneja lembro-me logo de rodeio, chapéu, cintão, calça apertada e bota de couro. Maravilhoso!!! Rodeio é tudo de bom. Muita música boa, gente bonita, comidas deliciosas, huuummm!!! Se você ainda não teve a oportunidade de ir a um rodeio, não perca mais tempo!

Fique por dentro clicando em http://www.planetarodeio.com.br/


Conheça um pouco da história sertaneja


A música Sertaneja surgiu ainda na década de 10.O pioneiro desse movimento foi o jornalista e escritor Cornélio Pires que costumava trazer para os grandes centros os costumes dos caipiras. No início da década de 20 uma instituição liderada por Mario de Andrade promoveu uma semana para divulgação da arte brasileira, onde pela primeira vez foi montado um grupo intitulado de sertanejo, com instrumentos simples como a viola caipira, misturando alguns ritmos como o Catira, Moda de Viola, Lundu, Cururu, etc...Valorizando ainda mais o trabalho de Cornélio Pires. O primeiro registro de um grupo de música Sertaneja foi datado de 1924 (A Turma Caipira de Cornélio Pires), formada por violeiros como Caçula e Sorocabinha, e alguns outros tão importantes da época.Agora o primeiro registro fonográfico do estilo, deu-se em 1929 quando Cornélio Pires desacreditado pela gravadora Columbia resolveu bancar do seu próprio bolso a gravação e edição do primeiro álbum, que em poucos dias de lançamento esgotou-se nas lojas.Começava daí o interesse pelo estilo por parte das gravadoras.Assim como na música Country americana, uma gravadora que se interessou pela geração desse trabalho foi a RCA-Victor que convidou o violeiro Mandy para montar um outro grupo intitulado Turma Caipira da Victor, nascendo uma concorrência sadia entre os dois grupos e as duas gravadoras.Já com inúmeros adeptos e crescendo a cada ano mais e mais, no final da década de 20 começou a surgir as primeiras duplas como Mariano e Caçula, Zico e Ferrinho, Sorocabinha e Mandy, na maioria violeiros das turmas do Cornélio e da Victor.Na década de 30 surge, sem dúvida, uma das mais importantes duplas sertanejas de todos os tempos (Alvarenga e Ranchinho) que além de tudo eram muito alegres e engraçados. Uma curiosidade sobre a dupla é que de tanta "descontração" foram presos pelo governo de Getúlio Vargas.E muitas outras duplas formaram-se, algumas trazendo a tristeza do sertanejo no peito, outras mostrando o lado alegre do caipira, etc...No ano de 1939 a dupla Raul Torres e Serrinha inovaram introduzindo à música sertaneja o Violão.Mais para frente Raul Torres e Serrinha inovaram novamente criando o primeiro programa de rádio dedicado a música sertaneja, transmitido pela Record com a participação de José Rielli, o programa chamava-se Três Batutas do Sertão.Surgiram vários nomes importantes da música sertaneja, e o movimento que até então era apenas do eixo São Paulo-Minas Gerais, passou a se expandir por todo o país, nascendo influências regionais como as do Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco estado de Raul Torres, Mato Grosso, etc...

13 de junho de 2008

1968: O sonho acabou?


Durante três dias a Faculdade Estácio de Sá homenageiou os 40 anos de 1968. Como eu não entendia, muitos não entendem o que aconteceu nesse ano e qual o valor que ele tem.

1968 foi o ano da revolução. Movimentos espalhados por todo o mundo refletiam uma sociedade enfadada do sufocamento feito pelas trandições e pelo militarismo.
No Brasil, era época de ditadura militar. Não se podia conversar, conviver em grupo, se reunir, expor opiniões, pensar. Muitas pessoas foram torturadas e mortas, muitos corpos evaporaram-se. Mas no entanto, o que se modificou?

De certa forma, muita coisa mudou. Hoje não há mais torturas; a mulher trabalha, pensa, fala, sente, goza; o homossexualismo e o lesbianismo são conhecidos; televisão, rádio e imprensa são "sem restrição". Porém, se pararmos para analisar estes fatos veremos que toda esta liberdade social se apresenta maquiada. Tradições e conservadorismos ainda são cultivados, censura ainda existe e o preconceito, este acredito ainda vai perdurar por muito tempo. Democracia sim, mas controlada pelos podere$o$.


Mudando de Assunto


Refletindo sobre o assunto debatido na palestra de Lélio Fabiano, ministrada na Faculdade Estácio de Sá durante as homenagens aos 40 anos de 1968:


Foram tempos difíceis. Pensamentos barrados por censuradores. Antes de shows, pre-apresentações para a bancada da censura. reportagens, notícias, matérias cortadas também pela censura.
Mas a mídia teve um papel importante durante 1968. Esta pode registrar os fatos que marcaram a época, pode fazer protestos e gerar polêmica, mesmo debaixo de censura. Percebemos isto porque hoje podemos olhar o passado através dos arquivos midiáticos e ver neles todo o movimento ocorrido naquela época.

Está no sangue!!! rsrsrsrsrs...






Meu irmão é músico!!!


Quando ele era pequeno, ja tocava muito bem uma bateria. É certo que todos viam apenas as baquetas batendo, rsrsrsrsr... mas era incrível (um pouco menos de exagero pra mim, né?).


Bom, agora ele está grande e toca ainda melhor. Toca guitarra, baixo, teclado, violão e, é claro, bateria. Ah! Ele canta também. Gosto muito de ouvir ele cantando sertanejo, é maravilhosos. Mas do que adianta eu ficar aqui falando dele se vocês não o conhecem. Então, para divulgá-lo ($$$$$ rsrsrs), entrem nos links e confiram seu talento e de sua banda SALMOS.



P.S.: Meu irmão se chama Philippe Silva, né? rsrsrsrsrsrs...




R

Pagode

Quem não gosta de sentar em um barzinho, comendo aquele churraquinho e tomando um gelada acompanhado por muitos amigos? Não podemos esquecer que nestas horas nada melhor que um embalado pagode para dar o ritmo!




Resolvi assim, apresentar para vocês um pouco da história do pagode, afinal todos escutam e poucos o conhece. Ah! Você também pode usar meu blog entrando no link do youtube "pagode" para conectar o som com a galera...



Pagode
O samba que vem do fundo do quintal
Silvio Essinger


Está no dicionário: templo pagão asiático. Mas no Brasil, a palavra pagode passou a denominar também um tipo de festa "com comida e bebida, de caráter íntimo", na definição acadêmica do folclorista Câmara Cascudo. Em qualquer festa que se preze, porém, não pode faltar música alegre – e aí, naturalmente, entra o samba. Foi ele que fez do pagode uma das mais fortes tradições dos subúrbios do Rio de Janeiro. Um quintal guarnecido pela sombra das árvores, algumas caixas de cerveja, uns quitutes, um cavaquinho ali, mesinhas para se batucar... está formado o cenário para que os versadores e instrumentistas mostrem sua categoria, o público sambe animado e a tarde entre pela noite e a noite pela madrugada. Ao longo dos anos 70, quando os emergentes sambistas se viram diante do bloqueio das rádios e das próprias escolas de samba (reféns de um Carnaval comercializado), os pagodes se tornaram a melhor opção para que suas composições fossem ouvidas e divulgadas. Das mais famosas cantoras de samba da época (junto com Alcione e Clara Nunes), Beth Carvalho certo dia foi investigar o pagode do Cacique de Ramos e levou alguns daqueles compositores ainda desconhecidos para o seu disco de 1978, De Pé no Chão. Foi a partir daí que o Brasil tomou conhecimento de nomes como o grupo Fundo de Quintal dos compositores Arlindo Cruz e Sombrinha (Vou Festejar), os ex-Fundo Jorge Aragão (Coisinha do Pai) e Almir Guineto (que tirou terceiro lugar no festival MPB Shell, de 1981, com Mordomia), Zeca Pagodinho (Camarão que Dorme a Onda Leva), Jovelina Pérola Negra, Luiz Carlos da Vila (de Por um Dia de Graça, gravado mais tarde por Simone), entre outros. Astros desse novo samba, que rumava para o futuro com um sólido embasamento no passado, eles protagonizariam mais tarde, a partir de 1986 um dos movimentos de melhor resultado comercial da história da música brasileira: o pagode. Ironicamente, por uma contingência de marketing e mídia, a festa passou a emprestar seu nome à música que a anima. Coube ao Fundo de Quintal introduzir as inovações instrumentais e harmônicas do pagode em relação ao tradicional samba. Para reforçar o cavaquinho, Almir Guineto trouxe o banjo, que soa mais alto no meio da massa sonora. No lugar do pesado surdo, Ubirani pôs o leve e versátil repique de mão. Jorge Aragão, por sua vez, trouxe para os sambas as harmonias mais intrincadas, aparentadas da bossa nova (e, graças a suas sofisticadas letras, ficaria conhecido como O Poeta do Samba). Inicialmente divulgados por Beth Carvalho e outros nomes de destaque do samba, esses artistas em pouco tempo conquistaram luz própria. Nomes novos nas paradas Em carreira solo, Guineto foi um dos sambistas de maior sucesso dos anos 80 com músicas como o jongo Caxambu, Mel na Boca, Jibóia e Conselho. Ex-empregada doméstica, revelada em 1985 no LP Raça Brasileira (junto com Zeca Pagodinho, Elaine Machado, Mauro Diniz e Pedrinho da Flor), Jovelina Pérola Negra estourou Feirinha da Pavuna, Brincadeira Tem Hora e O Bagaço da Laranja. O ex-cantor de coco Bezerra da Silva também fez muito sucesso com sambas irreverentes, mas de alto teor de crítica social, como Defunto Caguete, Malandragem Dá Um Tempo, Bicho Feroz, recolhidos entre a sua equipe de compositores do morro. Zeca Pagodinho, por sua vez, ganhou a atenção popular com S.P.C., Casal Sem Vergonha, Judia de Mim e Coração em Desalinho. No meio da euforia consumista do Plano Cruzado, em 1986, os pagodeiros se mostraram excelentes vendedores de discos (sempre mais de 100 mil cópias por lançamento) e conquistaram seu quinhão na grande mídia: simplesmente não saíram do rádio e da TV (gravaram videoclipes e participaram até do programa de Natal de Roberto Carlos). De curtição exclusivamente suburbana, os pagodes (a música e a festa, com seus quitutes típicos) tornaram-se moda também nos bairros da elitista Zona Sul carioca e nos mais diversos recantos Brasil adentro. O ímpeto aos poucos diminuiu, com a conseqüente queda de poder aquisitivo do seu maior público consumidor – as classes menos abastadas. Logo, uma nova modalidade de samba, bem mais comercial e desvinculada das raízes, passaria a ser conhecida como pagode. Em São Paulo, no começo da década de 90, uma variação mais pop do samba-rock dos bailes deu as caras em músicas de bandas como o Raça Negra e o Negritude Júnior.

Nascido na Periferia





A cultura hip hop é formada pelos seguintes elementos: O rap, o graffiti e o break. Rap - rhythm and poetry, ou seja, ritmo e poesia, que é a expressão musical-verbal da cultura; Graffiti - que representa a arte plástica, expressa por desenhos coloridos feitos por graffiteiros, nas ruas das cidades espalhadas pelo mundo; Break dance - que representa a dança. Os três elementos juntos compõe a cultura hip hop. Que muitos dizem que é a "CNN da periferia", ou seja, que o hip hop seria a única forma da periferia, dos guetos expressarem suas dificuldades, suas necessidades de todas classes excluídas...


Hip Hop - com maiúsculas sempre - é o conjunto de quatro formas artísticas distintas chamadas de elementos. Daí a sua complexidade, uma cultura híbrida, sempre em movimento, em evolução constante. Estas formas artísticas foram surgindo no ambiente urbano de Nova York, cidade dos Estados Unidos, na passagem dos anos 60 para os anos 70. O termo hip hop, alguns dizem que foi criado em meados de 1968 por Afrika Bambaatta. Ele teria se inspirado em dois movimentos cíclicos, ou seja, um deles estava na forma pela qual se transmitia a cultura dos guetos americanos, a outra estava justamente na forma de dançar popular na época, que era saltar (hop) movimentando os quadris (hip)...


Legal, né? Saiba mais sobre esta cultura que surgiu em meio a uma revolução mundial acessando o link "Hip-Hop".

12 de junho de 2008

Da música a poesia, da poesia a música


Sozinho

Caetano Veloso
Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!
Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus segredos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?
Quando a gente gostaÉ claro que a gente cuida
Fala que me amaSó que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?
Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?




12 de junho - O dia do AMOR...




Hoje, dia dos namorados, hummmm! Que tal relembrarmos as músicas românticas que marcaram época? Lá vai:

1- My Girl - The Temptations
2- I'll Be There - The Jackson 5
3- Wonderful Tonight - Eric Clapton
4- I Just Called to Say I Love You - Stevie Wonder
5- You Are So Beautiful - Joe Cocker
6- In My Life - The Beatles
7- The First Time Ever I Saw Your Face - Roberta Flack
8- Are You Lonesome Tonight? - Elvis Presley
9- Michelle - The Beatles
10- I Can't Stop Loving You - Ray Charles
11- Best of my Love - The Emotions
12- Bridge Over Troubled Water - Simon & Garfunkel
13- All I Have to Do is Dream - The Everly Brothers
14- You've Got a Friend - Carole King
15- Killing me Softly with his Song - Roberta Flack
16- To Sir With Love - Lulu
17- Sherry - The Four Seasons
18- Crazy Little Thing Called Love - Queen
19- Unchained Melody - The Righteous Brothers
20- Save the Last Dance for Me - The Drifters
21- Stay - Maurice Williams and the Zodiacs
22- Will You Still Love Me tomorrow - Carole King
23- Up on the Roof - The Drifters/Carole King
24- He¿s So Fine - The Chiffons
25- I Will Follow Him - Little Peggy March
26- Chapel of Love - The Dixiecups
27- My Guy - Mary Wells
28- Happy Together - The Turtles
29- Back in my Arms Again - The Supremes
30- I Got you Babe - Sonny and Cher
31- My Love - Petulia Clark
32- You're my Soul and Inspiration - The Righteous Brothers
33- I Will Always Love You - Dolly Parton/Whitney Houston
34- When a Man Loves a Woman - Percy Sledge
35- Reach Out I'll Be There - The Four Tops
36- Strangers in the Night - Frank Sinatra
37- Baby Love - The Supremes
38- This Guys' in Love With You - Herb Alpert
39- Love Theme from Romeo and Juliet - Henry Mancini
40- Higher Love - Stevie Winwood
41- Sugar Sugar - The Archies
42- The Long and Winding Road - The Beatles
43- Close to You - The Carpenters
44- Ain't No Mountain High Enough - Diana Ross
45- Lets Stay Together - Al Green
46- Heart of Gold - Neil Young
47- Here There and Everywhere - The Beatles
48- Lean on Me - Bill Withers
49- You are the Sunshine of my Life - Stevie Wonder
50- Let's Get it On - Marvin Gaye
51- Midnight Train to Georgia - Gladys Knight
52- The Way We Were - Barbra Streisand
53- Love's Theme - The Love Unlimited Orchestra
54- Hooked on a Feeling - Blue Swede
55- Feel Like Makin' Love - Roberta Flack
56- Can't Get Enough of Your Love Baby - Barry White
57- Then Came You - Dionne Warwick and The Spinners
58- Lovin You - Minnie Ripperton
59- Shining Star - Earth Wind & Fire
60- You Don't Have to Be a Star (To be in my show) - Marilyn McCoo and Billy David
61- How Deep is Your Love - The Bee Gees
62- You're the One that I Want - John Travlota and Olivia Newton John
63- Love you Inside Out - Bee Gees
64- Come on Eileen - Dexy's Midnight Runners
65- Time After Time - Cyndi Lauper
66- Crazy for You - Madonna
67- Take on Me - A-Ha
68- Moon River - Henry Mancini
69- With or Without You - U2
70- Vision of Love - Mariah Carey
71- Kiss from a Rose - Seal
72- Girl - The Beatles
73- Chelsea Morning - Joni Mitchell
74- P-S I Love You - The Beatles
75- Just Like a Woman - Bob Dylan
76- Do You Believe in Magic - The Lovin¿ Spoonful
77- Still in Love with You - Al Green
78- Somewhere - Steven Sondheim
78- On the street Where you Live - Lerner and Lowe
79- Saving All my Love for You - Whitney Houston
80- Always on my Mind - Willie Nelson
81- Crazy - Patsy Cline
82- Sexual Healing - Marvin Gaye
83- Do you Wanna Dance - Bette Midler
84- Fever - Peggy Lee
85- Last Dance - Donna Summer
86- Just the Way You Are - Billy Joel
87- Songbird - Fleetwood Mac
88- You Make Lovin' Fun - Fleetwood Mac
89- At last - Etta James
90- All I Really Want - Joni Mitchell
91- Natural Woman - Aretha Franklin
92- Theme Song from a Man and a Woman - Anita Kerr Singers
93- Someone to Watch Over Me - Linda Ronstadt
94- Some Enchanted Evening - From South Pacific
95- Do you Love Me? - from Fiddler On The Roof
96- Alison - Elvis Costello
97- How Can I Tell You - Cat Stevens
98- Have I Told You Lately That I Love You - Van Morrison
99- When I Fall in Love - Nat King Cole
100- Oh Girl - The Chi-Lites

Particularmente eu AAAAMMMMMMOOOOOO a número 01 e 61. Recomendo que as escute ou veja os clipes no youtube. Beijos românticos



R

5 de junho de 2008

Caetano

Caetano Veloso
Figura fundamental na história da música popular brasileira, Caetano nasceu em 1942, na cidade baiana de Santo Amaro da Purificação. Seu interesse por música já era enorme na época do nascimento de sua irmã mais nova, a quem sugeriu o nome, acatado pela família, de Maria Bethânia, uma famosa música de Nelson Gonçalves. Foi para Salvador onde conheceu Gil, Gal e Tom Zé, entre outras pessoas que, com ele, fundariam o movimento Tropicalista. Começou a se apresentar com Bethânia em casas noturnas de Salvador, até mudar-se para o Rio em 1965. Dois anos depois seria revelado para o país com o 4º lugar de “Alegria, Alegria” no III Festival da Canção, no mesmo ano em que Gil lançaria “Domingo no Parque” (2º colocado), Chico Buarque concorreria com “Roda Viva” (3º colocado) e Edu Lobo ganharia com “Ponteio”. No ano seguinte Caetano lançou seu primeiro álbum solo, além do disco-manifesto “Tropicália ou Panis et Circenses”, que inauguraria o movimento Tropicalista. Perseguido pela ditadura militar e proibido de expressar-se, mudou-se para Londres, em 1969, onde seria vizinho de Gil no bairro de Chelsea, e não pararia de compor e gravar. Em 1972 voltou para o Brasil, onde formaria, com os velhos amigos tropicalistas Gil, Gal e Bethânia, o grupo “Doces Bárbaros”. Durante os anos 80 gravou oito discos, repletos de sucessos, e, em 86, comandou, ao lado de Chico Buarque o programa de televisão “Chico e Caetano”, que seria registrado em LP. Em 1993 gravou ao lado de Gil “Tropicália 2” e em 1997 lançaria seu primeiro livro, “Verdade Tropical”.

Entenda os protestos de 1968




No Brasil, estudantes lutavam contra o regime militar e por melhor educação.Na França, revolta de maio opôs universitários e polícia em batalhas violentas.


Os Estados Unidos estavam mergulhados na guerra no Vietnã e se agitaram com o assassinato do líder negro Martin Luther King Jr. A Europa entrou no furacão das revoltas estudantis. E o Brasil, com o endurecimento do regime militar, entrou numa fase de censura política e dura repressão policial.


O ano de 1968 foi de muitas perdas na história mundial, mas foi também um período de conquistas sociais importantes que ecoam até os dias de hoje, como a igualdade de direitos civis, a liberação sexual, o reconhecimento das lutas dos estudantes e da diversidade cultural. O clima de agitação mundial se estendeu por todo o ano de 1968, mas foi especialmente no mês de maio daquele ano que as revoltas foram sentidas com mais força e transmitidas de um país a outro pelos meios de comunicação de massa -principalmente a televisão.

A luta dos estudantes
O estopim da agitação na França foi o fechamento da Universidade de Nanterre, nos arredores de Paris, em 2 de maio. Havia semanas os estudantes vinham entrando em conflito com a polícia francesa, depois que decidiram ocupar a universidade protestando contra a burocracia da instituição que, entre outras coisas, impedia os alunos de dividirem os quartos da residência estudantil com colegas do sexo oposto.

Em pouco tempo os alunos de Nanterre ganharam o apoio dos estudantes da Universidade de Sorbonne, que tomaram as ruas do Quartier Latin, em Paris. Os sindicatos de trabalhadores da França decidiram cruzar os braços e ocupar as fábricas, cobrando do governo melhores salários e condições de trabalho.


Pedras e cartazes


Dezenas de milhares de pessoas participaram de manifestações em Paris naquele maio de 1968, trocando agressões com os policiais da Compagnie Républicaines de Securité (CRS), a tropa de choque francesa. Mas, para além das barricadas, coquetéis molotov e pedras de calçamento atiradas, os manifestantes tinham como arma as palavras, espalhadas em cartazes e pichações com slogans irônicos e anti-autoritaristas como: "A imaginação ao poder", “Abaixo o realismo socialista. Viva o surrealismo”, “Ceder um pouco é capitular muito”, “Consuma mais, viva menos” ou “A humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista”. Inspirada pelo pensamento de intelectuais como Herbert Marcuse, um dos principais defensores da Nova Esquerda, ou do situacionista Guy Debord, a revolta dos estudantes franceses ganhou apoio de artistas locais, como os cineastas François Truffaut e Jean Luc-Godard - que incentivaram um boicote ao Festival de Cinema de Cannes naquele ano -, além de inspirarem músicas dos Beatles (“Revolution”) e dos Rolling Stones (“Street fighting man”).


Música de protesto


No Brasil, um dos slogans de maio de 68 foi eternizado por Caetano Veloso e Gilberto Gil em “É proibido proibir”. Apresentada no Festival Internacional da Canção da Rede Globo naquele ano, a canção foi vaiada pelo público provocando a famosa reação irritada de Caetano: “Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? (...) vocês não estão entendendo nada!”. De fato, a juventude em lugar nenhum do mundo tomou o poder naquele ano. Na França, os protestos esfriaram consideravelmente após os episódios de maio, as universidades reabriram e o general Charles De Gaulle, que muitos manifestantes pretendiam derrubar, continuou no poder até abril de 1969.

Na Tchecoslováquia, tropas soviéticas impediram a implantação do “socialismo humano” proposto por Alexandre Dubcek durante o período que ficou conhecido como Primavera de Praga. No México, centenas de estudantes foram agredidos durante um protesto às vésperas da realização dos Jogos Olímpicos no país.


Vietnã e os EUA


Nos Estados Unidos, a opinião pública passou a rejeitar a guerra do Vietnã após ficar chocada com as imagens que a TV mostrava da ofensiva do Tet, momento em que os vietcongs atacaram tropas americanas, a partir de janeiro. A morte de Martin Luther King também gerou revoltas das comunidades negras.


No Brasil, os militares, que reprimiram com prisões a realização do congresso de estudantes da UNE em Ibiúna, em outubro de 1968, continuariam no poder por mais 17 anos.

A herança de 68


Quarenta anos depois, no entanto, as consequências diretas ou indiretas daquelas revoltas juvenis ainda são debatidas.

A revitalização recente do movimento estudantil no Brasil e na França, com ocupações de reitorias e indícios de distanciamento de sindicatos e partidos políticos, tem gerado comparações com as manifestações de 1968; os protestos pró-diretos humanos em todo o mundo contra a realização das Olimpíadas em Pequim; a corrida à Presidência de Barack Obama, com a possibilidade de os Estados Unidos elegerem seu primeiro líder negro na Casa Branca; o ressurgimento do interesse por artistas como os Mutantes; sem falar na infinidade de livros de autores e atores dos episódios daquele ano -tudo isso transpira 1968. “Em 1965, uma mulher casada tinha que pedir permissão ao marido para abrir uma conta bancária. Hoje você tem uma aceitação da autonomia da homossexualidade, apesar da Igreja ainda ter seus problemas. Há uma aceitação da diversidade dos indivíduos. Uma idéia de direitos humanos e democracia”, declarou à agência de notícias France Presse o franco-alemão Daniel Cohn-Bendit, um dos principais líderes dos estudantes de Nanterre em 68. Hoje, ele é deputado do parlamento europeu pelo Partido Verde. Na contra-mão, o idealismo da geração 1968 não passou exatamente incólume à virada do século 21.

No Brasil, ex-líderes estudantis da época, como o ex-deputado José Dirceu, enfrentam acusações em episódios de corrupção. Na Europa, pressionados pelo desemprego e o aumentos dos gastos sociais, grupos cada vez maiores de eleitores apóiam políticas duras contra a entrada de imigrantes em seus países. E, na França, berço dos protestos libertários de Maio de 1968, o presidente eleito Nicolas Sarkozy leva adiante uma "cruzada" para "liquidar de uma vez" com a herança daquele período.

Divorciado e ex-aluno da mesma Nanterre de Cohn-Bendit, Sarkozy, representante dos conservadores franceses, afirma que o verdadeiro legado de 1968 foi o de ter “acabado com a diferença entre o bem e o mal, entre o verdadeiro e o falso, entre o bonito e o feio".

A Música em 1968


No turbulento ano de 1968, a música teve um de seus momentos de ouro


Beatles, Rolling Stones, Roberto Carlos e ascensão dos tropicalistas marcaram período. O Brasil tinha canções de protesto e discussões sobre política e estética.


1968 pode não ter representado um divisor de águas na música internacional como 1967, ano da inovação trazida pelos Beatles em "Sgt. Pepper's lonely hearts club band", ou os dias de 1977 da explosão do punk. Mas trouxe artistas dentro de sua maturidade criativa e obras extraordinárias, caso dos mesmos Beatles com o "Álbum Branco" ou Jimi Hendrix e seu ambicioso "Electric ladyland". Esses dois álbuns, considerados atualmente peças fundamentais na história do pop, são apenas os primeiros de uma fila de discos que foram lançados em 1968 e permanecem relevantes até hoje.

No cenário brasileiro, a história foi um pouco diferente. 1968 foi quando o tropicalismo tomou forma definitiva e hoje consegue dividir espaço com a bossa nova como símbolo da musicalidade do Brasil para uma geração mais jovem mundo afora.O ano de 1968, tema desta reportagem especial do G1, foi agitado em todo o mundo. Nos Estados Unidos havia movimentos pacifistas (contra a guerra do Vietnã) e contra o racismo. Na Europa, estudantes se rebelaram contra as autoridades. E no Brasil os universitários organizaram passeatas contra a ditadura militar. A jovem guarda entrava em decadência, mas Roberto Carlos brilhava cada vez mais como estrela - seria o vencedor do festival de San Remo, na Itália -, e logo não se vincularia a qualquer grupo específico. Dentro de pouco seria coroado como o maior cantor do país.

Os festivais


Mas a grande efervescência estava nos festivais e na chegada do movimento tropicalista. Os fãs de música e os militantes políticos se envolviam em embates durante as eliminatórias. A ditadura militar engrossava o chumbo e havia muita agitação, divisão e patrulha ideológica.

Caetano Veloso e os Mutantes conclamavam "É proibido proibir", e dois nomes hoje institucionalizados da música brasileira, Chico Buarque e Tom Jobim, eram vaiados porque sua "Sabiá" era escolhida pelo júri do Festival de 68 em detrimento da engajada "Pra não dizer que não falei de flores", de Geraldo Vandré.

Era também a época em que a guitarra elétrica na música brasileira foi considerada uma heresia para muitos, tornando o tropicalismo, com sua união de brasilidade e não-brasilidade, motivo de discórdia. Outros viam neles falta de engajamento político.


Curiosamente, os Mutantes Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Rita Lee estavam em Paris durante as manifestações de Maio de 1968. "Vi a bandeira comunista amarrada na [catedral de] Notre Dame. Nossa droga era cheirar gás lacrimogêneo", afirma o guitarrista Dias em referência à atuação dos policiais franceses.

"Ver um pedaço da 'revolução francesa' foi fantástico. As pessoas cantavam a 'Marselhesa' [o hino da França] na rua e também a gente acompanhava [o pintor Salvador] Dalí arrasando e tantas outras pessoas criativas."


Dias analisa o comportamento dos tropicalistas, do qual fizeram parte também Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, o arranjador Rogério Duprat e o poeta Torquato Neto, entre outros. "Nós éramos completamente irrotuláveis. A gente se considerava indestrutível, a gente detonava", afirma. "Cada integrante do tropicalismo era uma figura, um símbolo, um significado. Na capa do disco ['Tropicália ou Panis et circenses', obra fundadora do movimento] eu apareço empunhando uma guitarra", lembra Dias.

Nelson Motta, produtor musical, escritor e jornalista, tinha 24 anos em 1968 e cobriu os tumultos ocorridos durante os festivais de 1968. Quarenta anos depois ele observa os efeitos permanentes do que propôs o movimento."O Tropicalismo representou a liberdade criativa, o experimentalismo, a modernização da linguagem poética e musical, uma nova leitura de uma cultura brasileira marginalizada pela MPB, pela integração com os movimentos internacionais de juventude, a cultura hippie, o rock, a pop art, buscando uma nova visão crítica do Brasil e da arte brasileira."

Sérgio Dias conta que, apesar de ter vivido um momento histórico, não observa o passado com nostalgia. "Eu não olho para trás. Até antes de você telefonar para mim, eu estava com músicos de 22 anos [da nova formação dos Mutantes] discutindo a música hoje em dia. Esse é o grande barato: fazer coisa nova", em um espírito consonante com o de 1968.